Quão farisáico é o nosso coração?



"Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos ensinarem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem."
                                                                                                        Mateus 23. 3


O contexto imediato desse verso foi o ensino de Cristo tanto para as multidões como para seus discípulos que o seguiam. Neste ensino Jesus fala sobre as atitudes dos fariseus.
Vem dai o uso do substantivo farisaísmo desenvolvido para designar a atitude de quem, rigorosamente, exige dos outros mais do que ele mesmo se dispõe a fazer. A hipocrisia e a denúncia profética que Cristo faz de quem faz assim.

No texto, as palavras de Jesus ao se referir a eles apontam algumas características do farisaísmo:

  • Dizem e não fazem (v.3);
  • Impõem aos outros o que eles mesmo não se propõem a fazer (v. 4)
  • Praticam virtudes, não pelo valor delas, mas para serem admirados e notados pelos outros (v. 5)
  • Amam o destaque. Seja por um lugar de proeminência, seja por saudações a eles dirigidas, seja por serem feitos mestres pelos outros (vs. 6, 7);
Mas dos versos 8-11, Jesus passa a ensinar os seus mostrando as atitudes e sentimentos totalmente opostas dos seus discípulos:
 
  1. Os discípulos de Cristo não aspiram o destaque. Portanto, não almejam serem chamados mestres (v. 8);
  2. Os discípulos de Cristo não exaltam outro homem considerando-o como seu "Pai", pois o único Pai que tem é o SENHOR que está no céu (v. 9). Isto nos faz lembrar o quão contrário ao ensino de Cristo é o título "Padre" e o título duplamente anti bíblico: "paipóstolo" utilizado por igrejas de linha neo pentecostal;
  3. Os discípulos de Cristo não se fazem guias de ninguém, pois só Cristo é o seu Guia (v. 10);
  4. Os discípulos de Cristo entendem que no Reino, o maior deve ter coração e atitudes de servo (v. 11).
A auto exaltação e a busca por reconhecimento fazem o homem apelar para atitudes hipócritas, pois quando buscamos isso, e na maioria das vezes estamos buscando isso, representamos um papel que não condiz com a realidade, pois estamos buscando essas coisas que tanto valorizamos: exaltação e reconhecimento.
Não percebemos a cegueira que se instala na forma como deveríamos ver a vida. Não é por acaso que Jesus, por 5 vezes, nos versos 16, 17, 19, 24 e 26, chama de cego quem recorre a hipocrisia para obter exaltação e reconhecimento. E nessa diabólica inversão de valores, não vemos o que mais vale e como é saudável a percepção e admissão da realidade de que somos feitos para apreciar e nos gloriar naquele que de fato é quem está acima de tudo e de todos, e que apesar disso, se fez servo para nos ensinar o valor do nosso natural lugar no Reino.
Como precisamos clamar a Deus por conversão dessa tendência de exaltação! como precisamos redescobrir os valores inversos e mais felizes do Reino! Esquecemos que quem busca servir de verdade será recompensado por pura graça e bondade de Deus naquele Dia que virá (v. 12)

No amor do Mestre,

Heber Lima.
  

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